sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Café na garrafa térmica vira moda em estabelecimentos paulistanos

Se você é do tipo que olha para uma garrafa térmica e já pensa em café velho e de má qualidade, prepare-se: há bons motivos para desconstruir a ideia negativa. Isso porque casas que trabalham com grãos especiais estão usando o equipamento como aliado para uma venda mais rápida e barata sem que o líquido perca seus predicados.

Dos cafés testados, todos estavam fresquinhos. Não são hiperdelicados e cheios de nuances, mas se mostram boas opções para o dia a dia. “É uma forma de democratizar o café especial”, acredita Tiago Munch, proprietário do Hey Coffee, no centro, onde são servidos até 200 copinhos do tipo por dia, a R$ 3,00 cada um.

Em endereços bacanas, o preço médio de um coado no método japonês Hario V60 feito na hora sai por R$ 10,00, e o ritual demora cerca de três minutos. Entram no time de novos adeptos da térmica espaços como KOF e Sensory Coffee Roasters.

Duas vezes considerada a melhor cafeteria pelo guia COMER & BEBER, a Um Coffee Co. também deixa o líquido pronto na unidade de Pinheiros, por R$ 4,90. O sócio Boram Um afirma que o processo dá agilidade à operação. É por essa razão que até mesmo endereços gastronômicos, entre eles a premiada A Casa do Porco Bar, optaram pelo formato. “Conseguimos ser mais precisos no preparo do que se filtrássemos na frente do cliente”, comenta a barista do bar-restaurante Rebecca Nogueira. Ali, porém, o preço já sobe para R$ 9,00.

Mas não pense que basta coar o café no filtro e despejá-lo na garrafa, como executado de maneira caseira. As cafeterias adotam um equipamento importado que prepara a bebida em grandes quantidades — a partir de 2 litros — já com a térmica acoplada. É o chamado batch brew, ou batelada.

“Funciona como uma cafeteira doméstica e tem opções de comando como o controle de vazão e temperatura da água”, explica o especialista Ensei Neto. Para manter a qualidade, ele ressalta, é necessário ter grande saída. “A garrafa conserva o café em boas condições durante duas horas”, alerta.

Segundo os donos dos estabelecimentos, o método vale a pena: resulta no famoso ganha-­ganha. Os baristas vendem mais e aumentam o fluxo de clientes, e o público pode fazer dos grãos especiais o seu café do cotidiano. Nada mau.

A Casa do Porco Bar. Rua Araújo, 124, centro, tel. 3258-2578.
Hey Coffee. Rua Dom José de Barros, 152, centro,  tel. 95833-0896.
KOF — King of the Fork. Rua Artur de Azevedo, 1317, Pinheiros,  tel. 2533-9391.
Sensory Coffee Roasters. Rua Carlos Comenale, s/nº, Bela Vista, Não tem telefone.
Um Coffee Co. Rua Pais Leme, 215, Pinheiros, tel. 3473-0149.



Fonte: Delícia de Conta – VEJA SÃO PAULO https://ift.tt/2S54tT9

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