Não faz nem uma semana que os bares e restaurantes estão autorizados a reabrir em São Paulo e já vi alguns bons bares cervejeiros (para ficar somente no tema mestre deste blog) prometendo aquela experiência regada a distanciamento e álcool gel.
Não, obrigada. Eu não vou.
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Entendo que é uma necessidade do negócio, que o governo não ajuda e que nem todo mundo consegue levar a casa pra frente com delivery e take out. São empregos e vidas em jogo.
Assim como voltar a frequentar bares nesse período é claramente jogar na roleta da minha saúde e das pessoas que me cercam (as mais próximas, para agravar, do grupo de risco).
Não se bebe de máscara, amores. Não existe cenário seguro em ambientes fechados, nem no simples gesto de botecar, ainda que sozinha, ainda que à distância, ainda que numa tentativa de quarentena.
De 15 em 15 dias botar o bloco na rua? E se eu, sem saber que tenho covid, infectar seu funcionário? O dono do bar? E se eles levarem para as suas famílias? E se não tiverem possibilidade de um atendimento médico?
Aqui é Brasil. A gente sabe. Aqui é Brasil demais. Ainda que a bolha dos bairros nobres (que entende que está isolada em seus números “europeus”) ignore que quem faz a roda girar está na periferia, que vem, que vai, que se contagia, leva e morre sem respirador, sem vaga em hospital.
A cada perfil de bar que me puxa para comemorar a reabertura, uma tristeza – e uma decepção com aqueles que sei que podem sobreviver mais um pouco. Não são botecos pequenos e desassistidos. A cada outro que diz “não sentimos segurança de abrir nesse momento”, a minha cumplicidade, admiração e apoio.
Eu posso ficar em casa. Eu devo ficar em casa. Eu bebo em casa, obrigada.
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