“Meu Twitter parece uma padaria, só tem gente com seus pães na timeline“. Esta é uma expressão que tenho visto sendo parafraseada diariamente nas redes sociais. É evidente para todos, principalmente os que passaram dos 30, que a panificação artesanal ganhou bastante protagonismo durante a quarentena. O que muitos não entendem é a razão desta prática ter suplantado as outras receitas de cozinha. Explico a seguir.
Popularidade
Difícil encontrar quem não goste de pão. É um dos poucos preparos que está presente em praticamente todas as culturas, apenas com pequenas variações de preparo. Além de marcar presença diariamente na mesa da maioria das pessoas.
Facilidade de preparo
Calma, meus amigos padeiros, sei da dificuldade que é fazer um pão bem feito, porém é um preparo que pode ter um resultado “comestível” sem muita excelência de técnica. Além disso, a matéria prima é muito disponível: algum meio líquido, farinha e fermento, basicamente. Itens que quase todos têm fácil acesso.
Tamagochi com glúten
Ao passo que se começa a fazer pães, o afeto por eles cresce. O pão é um ser vivo, suas leveduras e o cuidado adequado com elas determina a qualidade do produto: alvéolos, maciez, casca, acidez, rapidamente o aprendiz passa a ficar exigente com um bom resultado. E isso é controlado por tempo de fermentação, sova adequada, temperatura e umidade do local. Quem prepara tende a se divertir com o cuidado que precisa ter com o pão.
Outro pet
O levain, fermento natural, é um caso a parte. Você pode pegar um já pronto ou ir criando o seu próprio, alimentando-o diariamente e observando seu desenvolvimento. É possível pegar dicas sobre ele em redes sociais ou diretamente com profissionais da área da panificação.
Comunitário
É consenso no meio gastronômico que a panificação é sua vertente mais generosa. Padeiros profissionais compartilham com amadores suas técnicas, cuidados, até mesmo receitas e o próprio fermento (levain) com amadores. Cria-se uma nova rede de contatos e amizades nesse processo, o que ajuda muito na fase de isolamento que passamos.
Requer atenção, mas nem tanto
Ao mesmo tempo que é um ser vivo que demora mais de um dia (os de fermentação natural) para ficarem prontos, os pães não são como itens de confeitaria e cozinha quente que você precisa estar atento durante praticamente todos os preparos. Basicamente precisa estar presente na sova, dar uma checada de tempos em tempos na fermentação e depois assar. Não é necessária uma grande presença na cozinha o tempo inteiro.
Possibilidade de variação
Uma vez dominado o básico, o pão permite que se acrescente grãos, castanhas, diferentes farinhas e matérias-primas, além do próprio levain, que pode ter variações na composição.
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