Não tem sido tarefa fácil se manter otimista em tempos de coronavírus. E para quem acha que “cerveja cura tudo”, uma má notícia pegou os bebedores desprevinidos: acabou o Cateto.
Da portinha na Moóca (que se fechou em 2019) ao lindo sobrado de Pinheiros, não tem cervejeiro em São Paulo que não tenha se apaixonado pela combinação de belas bebidas e comida espetacular.
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E foi com um susto num post no último dia 13 que a casa anunciava o fim das atividades:
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O meu Cateto
Pessoas e lugares ganham eternidade em seu legado, e o Cateto não era apenas “mais um” para muita gente.
Eu conheci o 272 da Francisco Leitão em uma confraria comandada por Bob Fonseca, cujo estilo em questão já não me recordo, mas a primeira impressão era aquele espaço lindíssimo.
Sempre foi um prazer “girar o copinho” sob aquela charmosa iluminação (que nunca favorecia as fotos que a gente adora estampar nas redes sociais), subir a escada de madeira e se deparar com aquele bar e as caixas de charuto.
Também foi no Cateto que tive uma das melhores degustações da vida, março de 2018. Cervejas muy selvagens de Brouweij De Leite e Brasserie Minne com pão, embutidos e queijos (aquela seleção de chorar que a casa sempre teve). O coração remendado saía quentinho.
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Como nem só de cerveja vive a mulher, também foi o Cateto que me apresentou o queijo Granito, da Pé do Morro, da Serra do Japi — busquem conhecimento. Mesmo.
E foi em 2019 a minha última ida e era no pós-pandemia que iria lá de novo. Valorizar o bar que a gente gostava tanto e nem sabia o quanto.
A boa notícia para nós, os órfãos quarentenados desse belo bar, é que pelo menos parte do Cateto ainda está por aí e chega em forma de clube de assinatura com aquela pegada que o bar já oferecia: charcutaria, queijos, cervejas, cafés, cachaças e mais direto da mão do produtor. A curadoria a gente já conhece.
Mas que saudade que vai dar do 272…
Prepare seu coração e seus copos
O mais triste de tudo é que a notícia sobre o fim do Cateto abre a cortina para uma realidade inegável: ainda teremos outras sofridas baixas na pandemia. E assim como boa parte do planeta, ninguém sabe como e quando “vai passar”.
A cada conversa com donos de cervejarias, de bares, a certeza é que vai demorar, vai doer e haja cerveja para anestesiar os nossos tempos.
Resistirá quem tiver uma boa ideia e, sim, muita sorte.
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